Entrevista para a GQ Thailand — Jeff Satur na Perspectiva de Ator: O Papel Mais Poderoso do Ano
- Saturdayss Brasil
- 18 de dez. de 2024
- 8 min de leitura
Após receber o troféu de "Ator do Ano" pela GQ Thailand, a revista publicou uma entrevista exclusiva com Jeff Satur, onde o artista compartilha suas experiências, desafios e reflexões sobre sua trajetória no mundo da música e do entretenimento. Nós, da fanbase Saturdayss Brasil, trouxemos a entrevista completa e traduzida para vocês, para que todos possam conhecer mais um pouquinho o lado íntimo de Jeff. Confira abaixo a tradução completa:
Jeff Satur na Perspectiva de Ator: O Papel Mais Poderoso do Ano
(GQ - Chatchadaporn Juichan)
Se compararmos o talento de um artista a diferentes tons de cores, acreditamos que o homem sentado à nossa frente não é alguém simplesmente colorido por outros. Ele é o próprio criador, pintando e desenhando seus sonhos na tela da vida. Desde a adolescência, enfrentou erros e acertos, saiu de sua zona de conforto para explorar novos desafios e nunca deixou de se impulsionar.
Estamos falando de Jeff Worakamol Satur, ou simplesmente Jeff Satur, como é amplamente conhecido e amado. Seja como cantor, compositor, modelo ou ator, Jeff deixou sua marca. Sua atuação na série KinnPorsche The Series (2022) conquistou corações, levando-o a um sucesso estrondoso. Isso sem contar a turnê mundial e os shows que evidenciaram ainda mais seu talento multifacetado como artista.
No ano passado, surgiram notícias de que Jeff havia se isolado nas montanhas para as longas gravações de um filme. Esse projeto era The Paradise of Thorns (Wiman Nam), produzido pela GDH e Jai Studio, sob a direção do talentoso Boss Naruebet Kuno. Quando o trailer foi lançado, antes mesmo da estreia, tanto a mídia quanto as redes sociais explodiram de entusiasmo, destacando o elenco principal: Jeff Satur, Ingfah Waraha, e outros atores brilhantes. Rapidamente, o filme se tornou um fenômeno, alcançando mais de 100 milhões de baht (R$18.058.636,33) em bilheteria em todo o país.
“Passei 15 dias em Mae Hong Son e um mês em Trat. Durante esse período, voltei para fazer alguns shows, mas, na maior parte do tempo, fiquei lá”, contou Jeff. Ele confessou que, se pudesse, teria passado ainda mais tempo imerso no personagem: “Voltar a outros trabalhos nos faz desconectar, e depois é preciso se reconectar com o personagem. Mas, ao permanecer nele por um longo tempo, é como se ele entrasse em mim. Começo a entendê-lo mais profundamente”, revelou.
GQ: Você se lembra do momento em que o roteiro de ‘Thongkam’ chegou até você?
JEFF SATUR: A GDH me contou que havia um papel bastante desafiador. Quando li o roteiro pela primeira vez, não entendi muito bem do que se tratava. Resolvi tentar fazer o teste porque o que me foi apresentado era apenas uma descrição breve do personagem e uma cena desconexa. Naquele momento, eu ainda não sabia sobre o que realmente era a história. Após o teste, fiquei hesitante e disse à equipe: "Será que esse papel realmente combina comigo? Não tenho certeza se conseguirei fazer isso bem." Depois disso, a equipe entrou em contato e disse que estava interessada e queria que eu interpretasse o personagem. Mas eu respondi que achava que não seria capaz de interpretá-lo.
JEFF SATUR: Quando li o roteiro completo, percebi que o papel era extremamente desafiador e exigia muita energia para alcançar o resultado esperado. Além disso, eu tinha pouco tempo para me dedicar ao projeto e estava preocupado em não entregar o melhor. Mesmo assim, a GDH insistiu que, se houvesse qualquer dificuldade, poderíamos conversar e trabalhar juntos para superar os desafios. Eles me deram um tempo para pensar, e eu refleti bastante. Para ser ator, assim como para ser artista, é preciso sair da zona de conforto, como quando criamos uma música nova. Assumir esse papel seria como me transformar em alguém completamente diferente de quem eu sou. Apesar de não ter muito tempo para me preparar, decidi que faria o meu melhor. Depois disso, disse ao diretor, Boss, que eu queria aceitar o desafio.
GQ: O que te fez hesitar? Por que não aceitou o papel imediatamente?
JEFF SATUR: Houve várias razões. O personagem tem uma profissão muito distante da minha realidade. Eu nunca tive a experiência de viver no interior, nunca trabalhei sozinho em uma fazenda, e ainda menos em uma plantação de duriãos, que é algo ainda mais fora da minha zona de conforto. Por isso, foi necessário participar de workshops para que eu pudesse realmente me conectar com o personagem. Chegou a um ponto em que até eu mesmo comecei a sentir que "esse cara" realmente trabalha em uma plantação de duriãos há anos. Além disso, o personagem tem uma vulnerabilidade interna que precisava ser transmitida. Ele possui uma essência feminina, mas que também se equilibra com aspectos masculinos de forma muito sutil. Esse equilíbrio entre o feminino e o masculino é, na minha opinião, o coração do personagem Thongkam.
GQ: O equilíbrio do personagem Thongkam trouxe quais desafios?
JEFF SATUR: O maior obstáculo foi equilibrar o personagem. Por exemplo, se esse equilíbrio não fosse alcançado, Thongkam poderia parecer apenas um homem brigando com uma mulher. Quando eu contracenava com Engfa, havia o risco de que a dinâmica se transformasse em um conflito entre um homem e uma mulher. Por isso, era essencial encontrar a essência exata, a energia perfeita que harmonizasse a interação entre nós dois, de modo que a química fosse natural e convincente. Nesse ponto, conversei bastante com o diretor Boss, e juntos trabalhamos para encontrar esse equilíbrio. Foi assim que conseguimos moldar o Thongkam como um personagem que equilibra perfeitamente características femininas e masculinas, resultando em uma química que funciona muito bem.
GQ: Quais mudanças você precisou fazer em si mesmo para interpretar o personagem?
JEFF SATUR: Primeiramente, eu realmente fui para a plantação de duriãos . Eu cheguei a cheirar os duriãos, abraçar as árvores e vivi por lá. Treinei para coletar os duriãos (risos). E o mais importante foi incorporar o personagem no meu dia a dia. Por exemplo, como Thongkam fala, como ele anda, seus gestos. Eu tentei trazer essas características para a minha rotina, mesmo quando estava sozinho. Se ele fosse comer algo, como ele faria? Eu tentava me familiarizar o máximo possível com Thongkam, e até conversei com ele (Thongkam) com frequência. Lembro de um momento marcante quando estava indo para Mae Hong Son. Eu estava no carro, olhando a paisagem, vendo as árvores e os arredores de uma forma que nunca havia visto em Bangkok. Foi ali que, pela primeira vez, percebi a curvatura impressionante das árvores. Durante esse tempo, eu relembrei o roteiro novamente, do começo ao fim, e escrevi sobre os sentimentos e as experiências de Thongkam em seu diário.
GQ: Você escreveu o diário imaginando a história de Thongkam desde o começo?
JEFF SATUR: Sim, eu voltei e escrevi como se fosse o diário de Thongkam, contando o que ele fez antes de chegar até onde está, como conheceu o personagem de Sek. Eu criei detalhes que não estavam no roteiro, mas que ajudaram a construir um personagem mais forte. Isso foi fundamental para eu entender o que fazia Thongkam ser quem ele é hoje. E antes de cada cena, eu sempre lia o diário para garantir que estava trazendo a essência do personagem para aquela interpretação.
GQ: De um personagem tão distante, depois de todo o trabalho e aprendizado, você acha que há algo em você que se conecta com Thongkam? Algo que vocês têm em comum?
JEFF SATUR: Eu diria que é a questão de ser um batalhador. No meu caminho de vida, ou em tudo o que fiz nos últimos 10 anos, eu comecei fazendo as coisas aos poucos, sempre me dizendo que eu precisava continuar, que eu tinha que lutar pela essência de quem eu sou. Thongkam também tem essa característica de batalhador, mas de uma maneira única dele. E é essa essência de ser um batalhador que nos conecta. Isso me fez entender melhor o personagem e, ao mesmo tempo, ele me entendeu melhor. Durante as filmagens, sempre tentávamos conversar sobre essas experiências antes de cada cena. Eu dizia para ele algo como: "Ei, a próxima cena está chegando. Se você tiver algo para dizer, diga tudo agora, porque essa é a única chance de falar tudo o que você precisa para quem está esperando por você." Eu sempre procurava dar a ele esse espaço para se expressar (risos).
GQ: Se você pudesse olhar para o jovem que começou a sonhar em ser artista sob o nome "Jeff Satur", o que diria a ele?
JEFF SATUR: Na verdade, eu meio que não gostaria de dizer nada a ele, porque ele precisa passar por tudo isso. Ele precisa lutar e tentar. Ele tem que enfrentar e superar os desafios. Se eu fosse dizer algo, talvez não fosse em meu nome, mas para aqueles que estão tentando alcançar seus objetivos, eu diria o seguinte: Acredite no valor do fracasso e tire algo dele. Não deixe o fracasso passar em vão, porque, sempre que cometemos erros ou falhamos, se não aprendermos nada com isso, significa que realmente falhamos. Seja qual for a decepção ou erro que aconteça, não o ignore. Precisamos extrair algo da experiência, pois isso vai se transformar em aprendizado. Então, todas as vezes que eu me senti mal, esse "sentir-se mal" foi o que me ajudou a aprender mais, a crescer – tanto na atitude quanto na maneira de trabalhar. O que eu realmente gostaria de dizer é isso: acredite em si mesmo, acredite no fracasso e aprenda com ele.
GQ: Este ano você tem grandes shows, uma turnê mundial e sua imagem como ator está mais clara. Além disso, você recebeu o prêmio de Ator do Ano do GQ Thailand. Como se sente sobre isso?
JEFF SATUR: Eu já trabalho com o GQ há alguns anos. Sempre comentei que é maravilhoso trabalhar com eles, pois é como se fôssemos crescendo juntos. Quando vejo o Essential, que mostra o conteúdo das bolsas de várias celebridades, sinto que também fui moldado por isso. Sinto que o GQ é incrível. Trabalhar com eles me deu a chance de entender a filosofia por trás dessa marca, sua essência, que é única. Sobre o prêmio de Ator do Ano, eu realmente me sinto muito orgulhoso. Esse prêmio veio como resultado do meu trabalho no filme The Paradise of Thorns (Wiman Nam), que também foi meu primeiro papel principal no cinema, o que torna tudo ainda mais especial. Agradeço muito e espero que, com este prêmio, mais pessoas passem a me conhecer como ator e se sintam inspiradas a assistir ao filme. Quem sabe, eles possam aprender algo com a mensagem que ele transmite. Espero que essa experiência deixe algo importante no coração de todos.
GQ: Não importa em que área você esteja trabalhando, agora você tem fãs ao redor do mundo. Como se sente sobre isso?
JEFF SATUR: É algo inacreditável, na verdade. Nunca imaginei que pessoas do outro lado do mundo conheceriam e apreciariam o meu trabalho. É surpreendente saber que meu álbum foi enviado para países que nem sabia que existiam ou para pequenas ilhas distantes, e essas pessoas realmente ouviram minha música. Quando percebo isso, fico muito feliz. Sempre que viajo e sou recebido pelos fãs, eles são tão adoráveis e fazem com que eu me sinta aquecido e acolhido. Isso me faz sentir muito grato. (N.T.: A tradutora Saturdayss gritou fino aqui)
GQ: Neste ano, vemos você viajando para o exterior para trabalhar em nível global, fazendo diversos trabalhos e com muitos fãs ao redor do mundo. E hoje, o que é a felicidade para Jeff Satur?
JEFF SATUR: A felicidade mais simples e básica para mim é dormir (risos). Eu sempre acredito nisso, embora pareça engraçado, é verdade. Sempre que você vive bem, aproveitando o dia ao máximo, o descanso ganha um valor ainda maior. E o sono, para mim, é a chave para saber que o dia foi bem vivido. Eu quero dormir e me sentir feliz todos os dias. Isso significa que vivi o dia de forma plena e completa. Acredito que terminar o dia assim é a forma mais simples de felicidade.
Entrevista: Chatchadaporn Juichan
Imagem: Patchakoon Chomchatrachamngon
Espero que tenham gostado tanto quanto nós. Por favor, nos ajude compartilhando em suas redes sociais e não se esqueçam de seguir a Saturdayss Brasil. Até a próxima.
PUBLICAÇÃO: RAFAELA
TRADUÇÃO: RAFAELA
ORIGINAL: GQ THAILAND
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